quarta-feira, 29 de junho de 2011

Plantas medicinais

A utilização das plantas como medicamento, provavelmente seja tão antiga quanto o aparecimento do próprio homem. No Brasil, existem vários locais onde são cultivadas plantas, como a camomila, menta e calêndula, que são transformadas em remédios naturais e florais para ajudar pessoas que tenham algum tipo de doença e que acreditam no poder da medicina alternativa.
As plantas, pelas suas propriedades terapêuticas ou tóxicas, adquiriram fundamental importância na medicina popular como remédios para auxiliar nos problemas de saúde, normalmente na forma de chás e infusões. A flora brasileira é riquíssima em exemplares que podem ser utilizados pela população como remédio, muitas ainda não catalogadas. Segundo dados de uma pesquisa feita pela Usp, apenas 1% da nossa flora foi explorada em seu âmbito medicinal e muitas dessas espécies estão desaparecendo por causa do desmatamento.
O uso de plantas medicinais pela população mundial tem sido muito significativo nos últimos tempos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial faz uso de algum tipo de planta na busca de alívio de algum sintoma doloroso ou desagradável. Desse total, pelo menos 30% deu-se por indicação médica.

• Exemplos de plantas medicinais: camomila, boldo-do-chile, alecrim, alho, arnica, carqueja, erva-cidreira, malva, e sálvia.

          Plantas Medicinais x Medicamentos Fitoterápicos


As plantas medicinais são espécies vegetais que possuem em sua composição substâncias que ajudam no tratamento de doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas. Já os medicamentos fitoterápicos são produtos industrializados obtidos a partir da planta medicinal.

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Vídeos relacionados a medicamentos fitoterápicos:





 

Produção de medicamentos

            O preparo de um medicamento a partir de uma planta que contém uma substância química benéfica varia de acordo com a substância química e a planta. Às vezes, a substância química é extraída das folhas com água fervendo. Às vezes, as raízes são desenterradas e moídas. O processo mais comum e básico para a produção de medicamentos é através do uso de líquido e calor.

                               Alguns processos para obtenção do medicamento

Extrato com água fria
Este é utilizado para ingredientes que são destruídos pelo calor. As folhas devem ser cortadas em pequenos pedaços, e as raízes, moídas. Deixe os ingredientes de molho em água fria de um dia para o outro. Use dentro de um dia.

Chá (ou infusão)
Despeje um litro de água fervendo em cima de um punhado de ervas. Deixe por 15–20 minutos e, então, filtre com um tecido limpo. Use dentro de um dia.

Decocção: Ferva um punhado das ervas em um litro de água por 20 minutos. Filtre com um tecido limpo. Use dentro de um dia.

Xarope: Se as ervas tiverem um gosto amargo, pode-se fazer um xarope. Depois de preparar o chá ou a decocção, filtre o líquido e acrescente uma xícara (chávena) de açúcar para cada xícara de líquido. Aqueça levemente, se necessário, para dissolver o açúcar. Use dentro de três dias.
Tintura: As tinturas contém álcool, o qual ajuda a conservar os extratos das ervas. Use um álcool medicinal de boa qualidade. Geralmente, mistura-se 100g de ervas com um litro de uma mistura de álcool e água (45–70% de álcool). A mistura não é aquecida, mas colocada dentro de uma garrafa e deixada por uma semana num local morno, antes de ser filtrada. Quanto maior o teor de álcool, maior o tempo de conservação. Com 20% de álcool, deve conservar-se por dois anos; um teor de 40% ou mais de álcool, significa que se conservará por cinco anos.

Ungüento: Os ungüentos usam óleo vegetal puro e cera. O azeite de dendê (óleo de palma) de boa qualidade, feito com dendê recém colhido e processado é muito adequado. Pode-se também utilizar azeite de oliva, óleo de amendoim ou óleo de manteiga de karitê.
Seque as folhas e triture-as até formarem um pó fino. Misture uma xícara (chávena) deste pó com nove xícaras de óleo. Aqueça a mistura em banho-maria em duas panelas. Encha a panela maior externa com um quarto de água e leve-a ao fogo. Coloque o óleo e o material vegetal na panela menor interna com tampa. Assegure-se de que a água da panela externa não entre na panela interna. Deixe a água ferver por 60 minutos.
Não tente fazer isso sem o banho-maria, pois o calor excessivo danifica o óleo. Filtre o óleo com um tecido de algodão, enquanto ainda estiver quente. Acrescente uma xícara de cera limpa aquecida (use cera de abelha, cera comercial ou velas), enquanto o óleo ainda estiver quente, e mexa por um minuto.

Atenção!

Há riscos e efeitos colaterais no uso de plantas medicinais. Todas as ervas, assim como todas as substâncias químicas, podem causar uma variedade de efeitos. O efeito principal pode ser positivo para um paciente, negativo para outro e até mesmo perigoso para um terceiro. Por exemplo, uma planta que é boa para a pressão sangüínea baixa, pode matar uma pessoa com pressão sangüínea alta. Além disso, a quantidade do ingrediente ativo de uma planta pode variar de acordo com a variedade, a estação ou a idade da planta. Por isso, não nos podemos responsabilizar por quaisquer resultados do uso destas receitas com ervas. Tudo o que podemos fazer é incentivá-lo a ser cuidadoso e observador.
Mantenha anotações e registros cuidadosos de todas as ervas, quantidades, tratamentos e efeitos. Aprenda constantemente com as suas próprias experiências e esteja em contato direto com outros especialistas, para poder aprender com o conhecimento e a experiência deles.
Quando em dúvida, procure auxílio.

"Plantas serão mais utilizadas para produção de medicamentos graças a nova descoberta"

Um grupo de pesquisadores holandeses conseguiu desvendar e manipular um processo essencial das proteínas nas plantas, chamado glicossilação. Eles esperam que esse novo conhecimento permita que as plantas sejam aplicadas mais freqüentemente na produção de proteínas terapêuticas, um importante ramo da medicina e da produção de novos medicamentos.
Glicossilação
As proteínas nas plantas, animais e nas pessoas recebem várias cadeias de açúcares em um processo chamado glicossilação. As cadeias de açúcares são importantes para o funcionamento de muitas proteínas. Mais do que isso, sua identidade e uniformidade são cruciais para a qualidade das proteínas terapêuticas.
A glicossilação nas proteínas acontece em três estágios. Inicialmente as cadeias de açúcares são construídas e, a seguir, ligam-se à proteína em locais específicos. Finalmente, as cadeias de açúcares são modificadas à medida que açúcares específicos conectam-se à cadeia.
Cadeias de açúcares
"Nós somos o primeiro instituto no mundo a identificar um gene nas plantas que está envolvido na construção dessas cadeias de açúcares, o primeiro estágio na glicossilação," diz o cientista Maurice Henquet.
"Parece que as cadeias se tornam cada vez mais uniformes à medida que a expressão desse gene é reduzida," diz ele. Desenvolve-se principalmente um tipo de cadeia, um tipo relativamente simples. As cadeias de açúcares que estão conectadas às proteínas são assim um ponto de partida melhor para fazer ajustes projetados para otimizar as funções biológicas para que a proteína funcione como um medicamento.
"Agora nós seremos capazes de melhorar a manipulação da glicossilação," continua Henquet. "E as plantas irão se tornar ainda mais adequadas à produção de medicamentos."

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